domingo, 30 de maio de 2010

Jogar lixo no chão: um hábito bem recifense



Essa matéria da jornalista Aline Moura resume muito bem o comportamento mal educado do povo recifense. Não falta conscientização. Falta educação e punição!

Transcrevo o texto inteiro abaixo, que também pode ser encontrado no endereço:

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/12/06/urbana8_0.asp

O recifense está acostumado a reclamar da sujeira nas ruas da cidade. No boca-a-boca, o poder público é sempre o vilão pela falta de limpeza, galerias entupidas e todas as outras mazelas que surgem com o lixo, como moscas, baratas e ratos. Sem citar o mau cheiro, um dos aspectos apontados, principalmente, pelos turistas que visitam a cidade. Muita gente esquece, no entanto, de fiscalizar os próprios atos ou tem vergonha de constranger quem é reponsável por boa parte dessa sujeira. Com exceções, o recifense tem o péssimo hábito de jogar tudo o que não acha interessante no chão. Mesmo que a poucos centímetros de uma lixeira. É papel, comida, descartáveis. E esse mau exemplo vem de todas as classes sociais. E o que é pior: de todas as idades. Por mês, a Prefeitura do Recife gasta R$ 7 milhões com a coleta de lixo.

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) tem até um ranking dos lugares onde há mais descarte de detritos ao relento por parte dos populares. Por ordem,as avenidas Dantas Barreto, Guararapes, as ruas do Hospício e da Imperatriz são as campeãs de sujeira na capital. E não é uma questão de pouca varrição e coleta. É falta de educação mesmo, embora não se possa generalizar. A Dantas Barreto, por exemplo, é varrida uma média de sete vezes, ao dia. E não tem jeito. Dos ônibus, dos veículos particulares chega sempre mais papel. Tudo jogado no chão, claro.

De longe ou de perto, é possível observar o comportamento deselegante de alguns recifenses no espaço coletivo. Nas ruas, a primeira cena de falta de cidadania flagrada pela reportagem foi protagonizada por uma estudante de 15 anos, matriculada no 1º ano. Ela tomou um copo de água enquanto caminhava na Rua da Aurora, por volta do meio-dia, e depois jogou no chão, após molhar os cabelos e saciar a sede. Questionada por que tinha "esquecido" de procurar uma lixeira, a menina respondeu. "É falta de costume mesmo. Todo mundo sabe que um copo de plástico passa mais de 100 anos para se deteriorar, mas a gente joga assimmesmo. Se tivesse multa, eu ia ser multada", falou, rindo.

Como essa estudante - uma menina de classe média e teoricamente esclarecida - exemplos não faltam É claro que existem pessoas como Elton Amorin, 26 anos, auxiliar de produção da Alcoa. Ele comprou cachorro-quente e refrigerante na Rua do Sete de Setembro e só descartou o lixo na Rua da Aurora. Mesmo sem ter uma lixeira perto do local onde esperava um ônibus da empresa, Elton caminhou até um local mais próximo e jogou o saco plástico e a lata no lugar correto. Tudo sem notar a reportagem. "Acho horrível quem joga lixo no chão. Isso é de quem não se preocupa com o entupimento das galerias e com a imagem da cidade", observou.

Zelo com o coletivo - Diante de tantos maus hábitos anônimos, surge uma pergunta: por que a falta de zelo com o espaço público se ninguém sai jogando lixo pelo chão de casa? O psicólogo e antropólogo da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) Eduardo Fonseca explica que existem dois fenômenos para justificar tal conduta. Uma é afalta de respeito pelo que é público, como ruas, escolas públicas, lixeiras, orelhões. O outro é o individualismo.

"Há lugares que a pessoa fica inibida de jogar lixo no chão, como no hospital, no shopping. Quando se está andando na rua, que culturalmente é terra de ninguém, se sente livre para sujar ou assumir um comportamento destrutivo. A rua é tratada como se não fosse nosso patrimônio. O sujeito que joga o papel no chão pensa: 'que importância tem meu gesto diante da sujeira da cidade?' Não pensa no somatório de ações semelhantes. Pensa individualmente, não dá importância ao conjunto", observou.

Impunidade no Recife

A praia de Boa Viagem continua sendo invadida por carros, motos e cavalos.
Ontem podíamos presenciar um "pega" entre 2 motos, que aproveitavam a maré baixa para uma corrida.
Pais corriam para todos os lados, para protegerem seus filhos pequenos que caminhavam até ao mar ou que simplesmente brincavam sentados na areia.
Até quando teremos que aturar assassinos motorizados dirigindo pela areia, e colocando em risco nossa vida?
Até quando a impunidade vai vigorar no Recife?
Até quando continuaremos procurando, em vão, por um policial?
Precisamos viver com segurança nessa cidade. Temos que sair à rua com tranquilidade, sem o medo de assaltos ou assassinatos.
Temos o direito de visitarmos a Feirinha da Boa Viagem sem nos preocuparmos com arrastões e brigas entre gangues rivais.
Esta é a cidade sem lei, cidade da impunidade.
Será que o Governo não percebe que essa insegurança, essa sujeira, esse trânsito caótico e assassino só afastam turistas e investidores para nossa cidade?